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Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía
versão impressa ISSN 2393-7068versão On-line ISSN 2393-6886
Resumo
SANCHES BARRETO, Silvio. Wesé da’rase, o’re do’oke kiti. Rev. urug. Antropología y Etnografía [online]. 2021, vol.6, n.2, pp.151-173. Epub 01-Dez-2021. ISSN 2393-7068. https://doi.org/10.29112/ruae.v6i2.1286.
O presente artigo apresenta duas narrativas de Yukî-masí/Gente da floresta e o Ba’asehé-Boo/Ser-da-fartura. As narrativas são do Alto rio Tiquié, do povo Tuyuka, noroeste amazônico. Yukî-masí é gente da floresta, o criador da árvore de turi para tecer a cesta de turi para carregar manivas, mandiocas e das frutas da floresta. Para um pajé, as árvores são masá/gente da floresta que tem uma estrutura social enquanto pessoas humanas. Estas pessoas são perigosas, podem atacar uma criança recém-nascida, uma mãe de resguardo ao pós-parto e, uma jovem de menarca. Por esta razão, o pajé protege o corpo e a alma quando for a roça. O pajé oferece uma cuia do pó da coca, cigarro, uma cuia de caxirí e um bom assento e, assim não sentir estranheza, incômodo. Ba’asehé-Boo é o dono de maniva, o dono da alimentação para a humanidade. A roça era o próprio corpo de Ba’asehé-Boo, o tolete é o corpo, ramas são palmas das mãos, os dedos dos pés são mandiocas e seus derivados. No começo da história, as roças eram limpas e assim viviam muito felizes por um tempo, porém, houve quebra de conselho, pressa e curiosidade pelas esposas de Ba’asehé-Boo. Por este fato trágico, começaram a surgir outros elementos que não são comestíveis. A urina é elemento transformador, pois, regou novos elementos e um novo modo de trabalho. Para mulheres do Tronco Linguístico Tukano Oriental tem de haver uma sinergia vegetal para ter o pão de índio transmutado para ser uma boa pessoa.
Palavras-chave : Ba’asehé-Boo; roça; maniva; urina; transformação.