Introdução:

As infecções hospitalares são um dos principais problemas sanitários a nível mundial. Uma das mais frequentes é a infecção do trato urinário, cuja frequência relatada no Uruguai foi de 9,8% nas Unidades de Terapia Intensiva em 2013. O objetivo foi determinar a prevalência de infecções do trato urinário hospitalares em enfermarias de cuidados moderados de um hospital universitário, conhecer os fatores de risco associados e o perfil microbiológico dos microrganismos causadores.

Metodologia:

Estudo de corte transversal, em salas de cuidados moderados de um hospital terciário e universitário de Montevidéu, de 1º de agosto de 2017 a 31 de julho de 2018. Foram incluídos pacientes que preencheram os critérios diagnósticos para infecção do trato urinário hospitalar, com urocultura compatível obtida após 3 dias de admissão. A coleta de variáveis foi completada por meio de entrevista com o paciente e revisão da história clínica.

Resultados:

A prevalência de infecção urinária hospitalar foi de 1,08% no período estudado. A média de idade foi de 62,5 anos e 52,3% eram do sexo masculino. A média de permanência hospitalar foi de 15 dias, a maioria em enfermarias de Clínica Médica. O 93,2% apresentaram pelo menos um fator de risco, destacando-se a exposição ao cateter urinário em 68,3%. O 52,3% dos casos apresentaram infecção do trato urinário associada ao cateter. O total de isolados microbiológicos foi bacteriano, 84% de bactérias Gram-negativas. Klebsiella pneumoniae foi a mais prevalente (39,2%), seguida de Escherichia coli (34,2%). As bactérias Gram-positivas corresponderam inteiramente a Enterococcus spp . As bactérias Gram-negativas apresentaram taxas de resistência superiores a 20% para vários antibióticos de várias categorias e 42,1% apresentaram betalactamasa de espectro estendido.

Conclusões:

Infecções do trato urinário hospitalares em cuidados moderados ocorreram em pacientes com internação prolongada e múltiplas comorbidades. Destaca-se a exposição ao cateter urinário, com alto percentual de infecções associadas a ele. Os microrganismos causadores foram altamente resistentes a múltiplos antibióticos.

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