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Revista Uruguaya de Medicina Interna

versão impressa ISSN 2393-6797versão On-line ISSN 2393-6797

Resumo

PIPPO, Antonella et al. Tabagismo e gênero: conhecimento sobre as doenças dependentes do tabaco em mulheres, entre usuários hospitalizados em hospitais públicos em Montevidéu 2017. Rev. Urug. Med. Int. [online]. 2018, vol.3, n.2, pp.22-30. ISSN 2393-6797.  https://doi.org/10.26445/rmu.3.2.3.

Introdução:

O consumo de tabaco é considerado pela Organização Mundial de Saúde a primeira causa de morte evitável em todo o mundo. No Uruguai, 22,2% dos adultos são fumantes, sendo a prevalência maior nas mulheres do que nos homens na faixa etária entre 15 e 18 anos. Além disso, durante a gravidez, há uma frequência de tabagismo de 9,8% em pacientes que frequentam instituições privadas e 26,3% em instituições públicas. Foi descrito um conjunto de mitos e ignorâncias que atuam como barreiras à cessação do tabagismo nas populações mais vulneráveis.

Objetivo:

Determinar o grau de conhecimento sobre as doenças dependentes do tabaco em geral e das mulheres, em pacientes internados em serviços de ginecologia obstétrica de hospitais públicos em Montevidéu, Uruguai, no período de julho a agosto de 2017.

Materiais e métodos:

Foi realizado um estudo descritivo observacional prospectivo, coletando dados através de formulários pré-estabelecidos. Todos os pacientes com idade superior a 18 anos admitidos nos hospitais públicos selecionados, que concordaram em participar do estudo, foram incluídos.

Resultados:

Incluímos 196 participantes no estudo com uma idade média de 35,38 anos. 59% da população possuía ensino médio incompleto, enquanto 17% completaram apenas o primário. A prevalência de tabagismo foi de 30,6%. Pacientes associaram o tabagismo a desfechos obstétricos ruins em 96,4%. Apenas 50% relacionaram o tabagismo ao câncer do colo do útero, 47,4% à infertilidade e 56,1% à osteoporose, enquanto 86,2% o reconheceram como fator de envelhecimento da pele. Em geral, não houve diferenças significativas no conhecimento entre fumantes e não fumantes. Entre os participantes, 34,2% consideraram o tabaco como menos prejudicial do que o cigarro. Verificou-se que uma minoria da população recebeu aconselhamento adequado para a cessação durante a hospitalização.

Conclusões:

Os pacientes desconhecem parcialmente a ligação entre o uso do tabaco e os problemas de saúde da mulher. Maior divulgação é necessária entre os pacientes e equipes de saúde nessas áreas, estratégias de informação e aconselhamento, bem como encaminhamento para cessação do tabagismo.

Palavras-chave : Fumar; mulher; Uruguai..

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