Resumo

DE PENA, Lucía. A psicomotricidade como campo de intervenção ético-política: das leituras sanitárias do processo saúde-doença à psicomotricidade social. Revista urug. enferm. (En línea) [online]. 2023, vol.18, n.1, e502.  Epub 01-Jun-2023. ISSN 2301-0371.  https://doi.org/10.33517/rue2023v18n1a2.

As origens da Psicomotricidade como disciplina e como prática profissional, no mundo em geral e, no Uruguai em particular, projetam-se a partir de problemas energéticos do campo da clínica neuropsiquiátrica infantil, que constituem uma marca identitária fundadora e indelével. Práticas enraizadas fundamentalmente no campo da saúde orientam leituras do processo saúde-doença-cuidado com a centralidade do referencial teórico-metodológico do modelo médico-hegemônico. Os fecundos diálogos com a Psicanálise permitem, a posteriori, leituras do processo de construção do corpo a partir da integração do suporte neurobiológico do movimento com o processo de constituição psíquica. No entanto, a referência à dimensão sociopolítica, em jogo no processo de construção do corpo, é bastante tardia e recente e teve um desenvolvimento mais circunscrito a partir dos anos oitenta, no nosso país e na região. A partir da leitura. do corpo marcado pelos processos de terrorismo de Estado e iniquidade social, a partir do incontornável enquadramento do paradigma dos direitos humanos.

Partindo dos trânsitos locais da disciplina e da profissão, propomos o que chamamos de Psicomotricidade Social, que carrega a marca identitária do Sul e gera uma abertura que permite ler os processos de construção do corpo a partir da complexidade das dimensões. em jogo, com perspectivas integrativas, a perspectiva da saúde em diálogo com a perspectiva social.

Palavras-chave : psicomotricidade social; intervenções sociocomunitárias; direitos humanos.

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