Resumo

ARANGO, CARLOS  e  CRUZ-GONZALEZ, MARÍA CATALINA. Postureo e rituais digitais. Itinerários para agarrar a datificação de uma lembrança. Inmediac. Comun [online]. 2021, vol.16, n.2, pp.131-155.  Epub 01-Dez-2021. ISSN 1510-5091.  https://doi.org/10.18861/ic.2021.16.2.3154.

Nos ecossistemas digitais, a relação do ser humano com o tempo torna-se simultaneamente etérea e saturada. Por isso, os processos de configuração e consolidação da memória individual e coletiva, dos quais os rituais têm sido tradicionalmente modos de padronização e codificação, se reconvertem e recodificam na atualidade: Estas mutações para outras formas de produção que passam necessariamente pela publicação. Neste ponto, e tendo em conta o contexto atual da covid-19 como acelerador da datificação da lembrança, convém perguntar-se pela natureza deste como texto digital, o qual parece postular que ser é ser visto: o que não se publica não existe. Desta forma, pode-se questionar se o publicado é uma recordação enquanto tal, ou se se trata da alusão a uma recordação que se ativa (ou que existe unicamente) mediante a publicação. A partir dessa proposta, neste trabalho nos propomos revisar como nos ambientes digitais as lembranças se tornam nostalgia e postureo e, portanto, como desde ali se apresenta a (re)construção dos (novos) rituais. Para isso, recorremos à revisão particular dos rituais associados à morte, a partir das memórias pessoais que ativou nos autores a morte de Sergio Roncallo-Dow, professor, pesquisador e editor destacado no campo dos estudos em comunicação.

Palavras-chave : interface; postureo; rituais; morte; dataísmo.

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