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Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía

versão impressa ISSN 2393-7068versão On-line ISSN 2393-6886

Rev. urug. Antropología y Etnografía vol.5 no.1 Montevideo  2020  Epub 01-Jun-2020

https://doi.org/10.29112/ruae.v5.n1.1 

Editorial

EDITORIAL vol 1 2020


Os primeiros meses de este ano 2020 estarão marcados, com maior ou menor intensidade, em todos os repertórios formais e informais, na história escrita e nos relatos ou história oral que produzem as memorias ao largo prazo, registros da história das pessoas e das diferentes sociedades. O fato destacável é que neste período as vidas de todos os humanos foram afetadas ou estiveram em perigo.

Pode ser um cliché, repetido em todos os tons e formas imagináveis, mas a verdade é que a expansão da pandemia da Covid-19 se converteu em um acontecimento iniludível, cujo impacto não podemos, todavia, medir em toda a sua amplitude e implicâncias. Frente a tal imensidade e inquietação é indispensável procurar categorias interpretativas, instrumentos e conhecimentos que possa oferecer a nossa cultura e formação disciplinaria. Ali, vários de nós encontramos o fato social total como uma categoria teórica fundante da antropologia, que agora é necessário complementar com um escopo maior, além do total tem que existir outra categoria que possa evocar a globalidade do mundo conhecido.

Essa complementação não seria um simples jogo de palavras, mas um ajuste ao novo contexto do século XXI a partir da acuidade inspirada de Marcel Mauss que propus a fórmula de totalidade para descrever fatos produzidos nos mundos etnográficos de princípios do século XX, em sociedades insulares (como as emblemáticas Trobriand), criadoras de grandes produtos culturais, rituais que “capturaram” a cada indivíduo para registra-los na história do grupo.

Com essa economia expressiva, Mauss deixou estabelecido o escopo de ação e implicância de certos fatos, marcados pela certeza de que certas experiências humanas são sociais e individuais ao mesmo tempo. Sem transição vão através do corpo social e da corporeidade de cada um.

Nas circunstancias atuais, se impõe o fenômeno de ordem biológico (expansão da epidemia), pois se entrelaça com a ordem social e cultural de todos e cada um. A situação da individualidade física, anímica, encontra antecedentes nos relatos míticos, literários e históricos, fontes que sempre inspiraram para estabelecer, desde o sentido que transmitem, um diálogo que nos relaciona através do tempo, na diacronia dos fatos e na sincronia das experiências.

Em cada novo volume da Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía se colocam pequenos parágrafos no começo que, com grande poder de evocação, como neste caso, desdobram um cenário de prioridades. Desde o fundo do illo tempore, as aventuras da viagem de regresso de Ulises, colocam evidencias sobre o imperativo de lembrar, da memória. Nas atuais circunstâncias, de isolamento preventivo, é bom lembrar que conservamos nossos mandatos culturais como seres sociais. Nada será esquecido.

Encontra-se a mesma mensagem carregada de sentimento e humanidade nos dois personagens da novela de A. Camus (A Peste), que acabam o dia de luta médica e altruísta com o simples prazer de tomar um banho compartido no mar, em amigável cumplicidade. Finalmente, como explica um dos personagens, o compromisso moral não pode esquecer os momentos onde corpo e natureza se reencontram livremente.

As circunstâncias atuais têm afetado também o funcionamento das nossas tarefas no processo de edição da Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía, mudando sensivelmente os tempos, já que cada um de nós teve que considerar diversas prioridades. Igualmente podemos agradecer o interesse dos autores nacionais e estrangeiros que enviaram resultados de pesquisas e elaborações teóricas com nível de maturidade académica. Da mesma forma, cumprimentamos propostas em processo, como aprofundamento de linhas de especialização ou de procuras mais inicias.

No objetivo de expansão de conhecimento, nos encontramos e vinculamos também com especialistas de diferentes nacionalidades, com autorias consolidadas que oferecem seus aportes.

A convocatória para as contribuições deste ano 2020 tinha colocado o tema do temporal no devenir da disciplina, um assunto que, sem ser explicitamente trabalhado nos textos apresentados, transita o sentido ou inquietação de todos os conteúdos, produção que revela a plasticidades para pesquisar em cenários pouco transitados, interrogar novos fatos, mutáveis, expressar a vontade de levar para frente múltiplos works in progress num campo marcado pela antropologia, pela etnografia.

Agradecemos a contribuição da artista plástica Carmela Piñón Cadenazzi que enviou sua série Entrelaçados, excelente síntese de todo o conteúdo e reflexões que merece o atual contexto e circunstância. Graças à gestão cultural de Macarena Montañez.

Finalmente, e como informação permanente da publicação, se detalham os seguintes pontos:

  • 1-Recordamos aos autores/as que distribuímos o material original recebido, em dois volumes no ano, sobre todo de acordo ao ritmo de revisão de cada texto segundo ajuste às normas, assim como à fluidez do processo de avaliações externas.

  • 2-Destacamos que não se cobra nenhum tipo de tarifa. Para aceitar os artículos ou textos, somente exigimos que os mesmos se ajustem à qualidade de conteúdos e formalmente às Normas de Publicação detalhadas na frente.

  • 3-Anunciamos que de acordo aos novos requisitos internacionais para publicação de revistas científicas enviamos os conteúdos para sua revisão com o Programa Anti - plagio de CrossRef.

  • 4-Anunciamos que se ampliou a integração do Corpo Editorial, da Equipe editor e integração de uma Comissão Editorial Executiva. Agradecemos e damos a benvinda aos colegas que nos acompanham nesta aventura académica, na melhor tradição disciplinaria, de riscos responsavelmente assumidos.

Estudos e Ensaios

Nesta secção se encontram três textos que mostram situações de pesquisa diferentes enquanto a temas, lugares e ênfases onde se centra o interesse dos autores. Os dois primeiros artigos dão conta do desenvolvimento e resultado de trabalhos etnográficos; uno em contexto tradicional e mais bem rural no noroeste argentino, e outro em um centro educativo no coração urbano bonaerense, ambos em cenários argentinos. O terceiro artigo, de colega mexicano, refere a uma procura mais bem teórica, sempre tentando encontrar a forma mais aproximada ao contato, conhecimento e fidelidade com o pensamento que se trata de interpretar, transmitir. A menção às nacionalidades dos autores não implica sino a conformidade com o escopo da nossa proposta como publicação, que se adapta ao tempo e se conecta com interlocutores, bastante mais longe de nossos limites nacionais.

No texto “Esbozo sobre el culto a San La Muerte en el nordeste argentino”, de Cesar Iván Bondar y Elena María Krautstofl (Universidad de Misiones, Argentina), mostram crenças e cultos arriscados em torno à proteção oferecida por crianças mortas, melhor dito, a proteção que podem oferecer talismãs fabricados com seus pequenos ossos. É notável a naturalidade cultural que aceita tomar partes, como o dedo mindinho, dos pequenos corpos, e são preparados para introduzir debaixo da pele de quem pede proteção. O “santito” protegerá aos rudes adultos, todo em tempos contemporâneos. ¿Que efeitos de realidade têm esse dom protetor de “anjinhos”, mortos antes de tempo? Como sabemos, as crenças têm uma contundência duradoura, desafiam lógicas jurídicas, por isso, se perpetuam costumes que poderiam ser pensadas em um presente onde predominam, aparentemente, as regras do mundo material. Uma vez mais, comprova-se que as “escavações” etnográficas revelam níveis de contemporaneidade com validez simbólica legitimamente aceitada, fora de racionalidades hegemónicas.

Crímenes secundarios: una aproximación etnográfica al género policial en una institución escolar”, de Hernán Maltz (Universidad de Buenos Aires, Argentina), propus uma pesquisa de campo, com compromisso real solicitando as permissões necessárias para justificar a sua presença e indagação em instituições prestigiosas de ensino médio na urbe bonaerense. Partindo de uma abordagem da sociologia da literatura, área afim à antropologia e aplicando uma metodologia etnográfica, o autor transita por dificuldades próprias de todo trabalho de campo, onde é preciso configurar relações cara a cara cuidando normas explícitas ou sutilmente implícitas para o ingresso, comunicação, aproximação aos sujeitos. Como toda etnografia, este estudo (sobre ensino do género policial) descreve dados significativos sobre o contexto social e de época: jovens estudantes e docentes compõem cenas “atípicas”, já que para estudar uma novela, uma peça literária, o caminho mais corto parece ser a passagem por antecedentes em formato audiovisual…¿A dimensão temporal estaria provocando mudanças culturais de época, perguntando-se pelas razões para se deter em sutilezas escritas, do mundo das letras, de autores da estatura de E. Alan Poe, D. Defoe, L. Borges, entre outros?.

“Traducción benjamineana y etnografía: otro-sujeto en América Latina”, de Francisco Javier Gómez Carpinteiro (Benemérita Universidad Autónoma de Puebla, México). Ensaio teórico que coloca inquietações e reflexões recorrentes em pesquisadores, antropólogos e outros, latino-americanos que tentam se ver além de uma possível situação de dominação de tipo colonial, na luta por construir um pensamento decolonial, com autonomia para produzir enunciados, sem se someter a paradigmas globais. Nessa procura íntima e professional, o antecedente de Franz Fanon é muito pertinente; este autor aprofundou na ferida da introjecção do estatuto do dominado, duplamente, quando se encontraram apreciações objetivas sobre a marca racial, até questionar o estatuto da humanidade. A reflexão chega inevitavelmente à posição do pesquisador no campo da antropologia, etnografia, onde se coloca o dilema da compreensão, transmissão, tradução não só de um pensamento a outro, mais de paradigmas inteiros. Cada quem, quando toma a palavra, tem opções não todas imediatamente inteligíveis. Ali é onde chega a crítica de W. Benjamin à real (ou não real) possibilidade da tradução. Reflexões sempre vigentes em mundos em mudança.

Avanços de Pesquisa

Nesta seção se apresentam dois trabalhos que refletem diferentes momentos de elaboração e possíveis resultados. Uma proposta que responde à urgente necessidade de conhecer e interpretar fatos dentro da emergência sanitária (Programa de Antropologia e Saúde, FHCE, Uruguay), e um estudo pessoal, dentro do contexto curricular da Licenciatura em Ciências Antropológicas (FHCE, Uruguay).

“Uniformidad y divergencia: Covid 19. Pandemia del siglo XXI”. Virginia Rial Ferreira apresenta de forma breve e clara uma pesquisa que está sendo feita pelos integrantes do Programa de Antropologia e Saúde. Se tenta fazer, de forma simultânea e coletiva, registros etnográficos em espaços públicos e em instituições de saúde, buscando patrões de comportamento que se expressarão em acordo ou não, com as medidas preventivas recomendadas. Os resultados deverão esperar a completar a etapa de análise e interpretação. É importante assinalar que a pesquisa se inscreve no Programa de referência, com um coletivo de dez participantes, se bem V. Rial teve a iniciativa de escrever este avanço. Esta proposta é oportuna no tempo de pandemia que vivemos hoje.

“¿Nada que decir, nada que preguntar? Reflexiones ético-metodológicas sobre las relaciones de campo en el trabajo con un grupo de reacción”. Pablo Camacho Spósitto propus um texto de reflexão teórica sobre aspectos éticos em seu rol de jovem investigador que se atreve a indagar no que chama “grupo de reação” com o qual não sente empatia, mais o contrário. Se-pergunta como configurar a diferença de ideias, posições, para ir além dessa dificuldade, sem exercer arrogância disciplinaria. O olhar sobre o Outro/outros agrupados no coletivo Varones Unidos tem que ser muito cuidadoso, mais sincero; talvez o núcleo ético consiste em manter posturas próprias sem ocultar discrepâncias, sem violentar limites entre observador e observados, no contexto de militância por defensa de agenda de direitos de comunidades que tem tido aceso ao reconhecimento social e político de sus direitos, algo que de alguma maneira questiona desde organizações como Varones Unidos. É importante o exercício de autoanálises, de reflexividade, que se exige Pablo Camacho. Como estudante avançado se prepara para assumir os compromissos do pesquisador professional.

Dossiê

Nesta seção encontra-se material destacado, conteúdos do Seminário Internacional “Miradas desde América Latina: fronteras y movilidades en el Cono Sur, Colombia y el corredor Mesoamericano”, organizado pela FLACSO-Guatemala, em fevereiro 2020.

Andrea Quadrelli (FHCE, Uruguay) foi uma das expositoras nesse evento e organizou para a Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía as intervenções de colegas de diferentes países. O tema das migrações, mobilidade involuntária, assim como a problemática da passagem de fronteiras têm se convertido em tópicos de grande importância e atualidade, como emergentes socioculturais e espaços estratégicos nestas circunstancias de alarma mundial pela pandemia.

Exposições de: Enrique Coraza de los Santos, México; César E. Ordoñez, Guatemala; Mónica Gatica, Argentina; Pilar Uriarte, Uruguay; Andrea Quadrelli, Uruguay; Magdalena Curbelo, Uruguay; Jeisson Oswaldo Martínez, España; Juan José Méndez Barrios, Guatemala.

Espaço aberto

Temos o prazer de apresentar o texto Crisis sanitaria, crisis civilizatoria do pesquisador antropólogo, francês, Michel Maffesoli, enviado pessoalmente como contribuição em esta emergência global. M. Mafffesoli tem estado muito presente nos médios de França, levantando análise socioculturais e históricos sobre recorrentes pandemias ao longo do tempo. Afirma que a atual crise sanitária traz o retorno do trágico cenário de uma pós-modernidade claudicante.

Destacamos as resenhas escritas, enviadas pelos próprios/as autores/as das Teses de Doutorado defendidas a fins do 2019, no Programa de Pós-grado da FHCE, onde o Doutorado em Antropologia vem produzindo trabalhos de bom nível, em assuntos de atualidade.

Mariana Viera Cherro defendeu sua tese titulada “Género y biocapitalismo. Economía política de la “donación” de gametos en Uruguay”.

Fabrizio Martinez Dibarboure defendeu sua tese titulada “Rescatar la Persona entre trayectorias alcohólicas y tratamientos psiquiátricos desde un abordaje de Antropología y Salud”.

Anuncio: Para o seguinte volume deste ano, a Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía anuncia a publicação (por parte de Sonnia Romero) das resenhas de dois importantes títulos que referem a Uruguay, publicados em Buenos Aires na Editorial Gorla, coleção Etnografias dos Setores Populares dirigida por Pablo Semán.

Detrás de la línea de la pobreza. La vida en los barrios populares de Montevideo”, por Verónica Filardo y Denis Merklen.

“Los Peludos. Cultura, política y nación en los márgenes del Uruguay”, por Silvina Merenson.

Anúncios de encontros, eventos académicos

Congresso: Asociación Latinoamericana de Antropología ALA, Montevideo 2020

Pôster do Congresso

Sonnia Romero Gorski Instituto de Antropología - FHCE Montevideo, junio 2020

Agradecimentos

Agradecemos as contribuições de todos/as os/as autores/as, assim como a colaboração desinteressada de os/as avaliadores/as.

Colaboraram com traduções para este volume ao português e inglês de Andrea Quadrelli, da FHCE y Bruno Costabel, respectivamente.

Agradecemos o aporte da gestão artística realizada por Macarena Montañez (pozodeagua televisão). Para este ano nos apresentou a obra de Carmela Piñón Cadenazzi, sua série Entrelaçados para os volumes 1 e 2 de 2020.

Agradecemos a Unesco-Montevideo por publicar no sitio do Programa MOST o PDF completo da Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía.

A Revista se completa com o trabalho professional de Javier Fraga na diagramação, da Lic en Bibliotecología Gabriela Motta no processo de preparação de arquivos para Scielo Uruguay e Gerardo Ribero em formato OJS.

Notas Aspectos formais a destacar: I. A publicação conta com a licença de Creative Commons (cc-by) que protege os conteúdos em libre acesso (versão eletrônica), assim como distribuição comercial (versão em papel). II. A Revista Uruguaia de Antropologia e Etnografia publica somente material original y conta com cinco Seções que compõem a seguinte tabla de conteúdos: Editorial. 1. Estudos e Ensaios. 2. Avanços de pesquisa. 3. Dossiê. 4. Espaço aberto. III. Arbitragens e controle de qualidade Os artigos que figuram na Seção 2 e, eventualmente, na Seção 3 são sometidos a arbitragem - em duplo cego. O conjunto do conteúdo (incluindo Avanços de Pesquisa), já tem seu aval académico: provem de investigações já avaliadas, de eventos com respaldo institucional, apresentações de livros ou teses de pós-graduação. A publicação na sua totalidade reúne produção e atividades acadêmicas devidamente avaliadas em origem. Todo o material é revisado pela editora e assistentes de edição, com o resguardo do Corpo Editorial e a Comissão Editorial Executiva. O produto alcançado nos motiva a continuar com a convocação de linhas de apertura a temas que, sem estar localizados dentro do território nacional, aportam novas visões e linhas de atualização. IV. Não se cobra nenhum tipo de tarifa aos autores/as. V. A RUAE conta com um programa anti-plágio desde o número 2 do ano 2019.

1“…sabe lo que deberíamos hacer, digo, por la amistad? -Lo que usted quiera, dijo Rieux. -Darnos un baño en el mar. Hasta para un futuro santo, sería un placer digno. (…) En fin de cuentas, es muy tonto vivir solo adentro de la peste. Por supuesto, un hombre debe debatirse por las víctimas. Pero de que serviría su lucha, si deja de amar todo lo demás? Tarrou y el Dr. Rieux en una pausa en su combate contra la peste, en la ciudad de Orán Albert Camus, La Peste. 1947, p.205. Traducción libre de Romero, S.

2"... Do you know what we should do, I mean, for friendship? -Whatever you want, Rieux said. - Take a sea bath. Even for a future saint, it would be a worthy pleasure. (…) After all, it is very foolish to live alone inside the plague. Of course, a man must debate for the victims. But what good would his fight be if he stopped loving everything else? .Tarrou and Dr. Rieux in a pause in their struggle against the plague, in the city of Oran Albert Camus, The Plague. 1947..

3“…sabe lo que deberíamos hacer, digo, por la amistad? -Lo que usted quiera, dijo Rieux. -Darnos un baño en el mar. Hasta para un futuro santo, sería un placer digno. (…) En fin de cuentas, es muy tonto vivir solo adentro de la peste. Por supuesto, un hombre debe debatirse por las víctimas. Pero de qué serviría su lucha, si deja de amar todo lo demás? . Tarrou y el Dr. Rieux en una pausa en su combate contra la peste, en la ciudad de Orán. Albert Camus, La Peste. 1947, p.205. Traducción libre de Romero, S.

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