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Enfermería: Cuidados Humanizados

Print version ISSN 1688-8375On-line version ISSN 2393-6606

Enfermería (Montevideo) vol.8 no.2 Montevideo Dec. 2019  Epub Dec 01, 2019

 

Editorial

Editorial: Chamada à ação para cuidar na era das mudanças climáticas.

Mirliana Marcela Ramírez, Membro do Conselho Editorial


Prezados leitores,

Em primeiro lugar, desejo agradecer o convite para fazer parte do Conselho Editorial de Enfermagem: Cuidados Humanizados; espaço de reflexão e divulgação do conhecimento na área das ciências do cuidado na Iberoamérica. É uma grande honra fazer parte da equipe, a qual tem se posicionado como uma das revistas de melhor qualidade da América Latina.

Em dezembro deste ano será realizada, em Santiago do Chile, a Conferência das Partes (COP25). Este é o órgão de decisão supremo da Convenção Macro das Nações Unidas; instância que estabelece as obrigações básicas das 196 Partes (Estados) junto com a União Europeia, a fim de combater a mudança climática. A mudança climática e o aquecimento global são assuntos fortemente ligados à disciplina do cuidado, já que desde nosso meta paradigma, o ambiente é componente fundamental da Enfermagem; como Ciências do Cuidado é nossa responsabilidade a gestão do cuidado ambiental.

A mudança climática e, especialmente, o aquecimento global, representam riscos importantes para a saúde humana e o planeta, pelo que é necessário agir, já que as consequências podem ser devastadoras. O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática das Nações Unidas concluiu que o planeta estava aquecendo e que a atividade humana era a causa mais importante deste aquecimento. O Painel advertiu sobre o aumento do estresse por causa do calor, a seca, o aumento do nível do mar, as inundações no litoral e no continente, as marejadas, os deslizamentos de terra, a acidificação oceânica, a redução da biodiversidade marinha e a extinção de algumas espécies vegetais e animais 1.

Neste contexto de mudança climática, a área da saúde representa uma fonte importante de poluição ambiental e consumo energético. Os desperdícios hospitalares incluem os provenientes de hospitais, clínicas, consultórios, laboratórios, centros de diálise, pacientes hospitalizados ou em atenção especial domiciliar, entre outros 2.

Entre 75% e 90% dos desperdícios produzidos pelos fornecedores de serviços da saúde são comparáveis aos desperdícios domiciliares geralmente denominados "não perigosos"; originados principalmente nas funções administrativas, cassino, limpeza geral das instalações, vasilhames e desperdícios gerados durante a manutenção do hospital ou centro de saúde. Entre 10 e 25% restante dos desperdícios sanitários são considerados "perigosos" e podem representar uma variedade de riscos ambientais e para a saúde. Os tipos de desperdícios, segundo a Organização Mundial da Saúde, podem ser classificados como infecciosos, patológicos, perfuro cortantes, farmacêuticos, citotóxicos, químicos e radioativos 3.

Quanto à pegada de carbono do atendimento hospitalar, o Serviço Nacional da Saúde do Reino Unido gera emissões de mais de 18 milhões de toneladas de monóxido de carbono, o que equivale a 25% das emissões totais do setor público 4. Na Comunidade de Madri o consumo energético dos hospitais corresponde a 45% na climatização, 35% na iluminação e 20% na água quente. (5

É necessário que a equipe de saúde aja, de forma de reduzir, reutilizar e reciclar em nossos hospitais e centros de saúde. Devemos atingir um desenvolvimento sustentável, que incorpore valores, tecnologias limpas e leis de proteção que garantam o bem-estar das gerações presentes e futuras - sem dano ambiental, social nem econômico; um bem-estar que permaneça no tempo, numa dimensão de equilíbrio 6).

Dra. Mirliana Marcela Ramírez
Membro do Conselho Editorial Académica Departamento de Enfermería , Universidad de Chile

Referencias bibliográficas

1.Table 9: Distribution of patients with more than 3 symptoms according to nutritional status [ Links ]

2.Méndez González J. Los desechos sanitarios: su impacto en el medio ambiente. Bioética mayo agosto 2012. Pp 4-8 [ Links ]

3.Chartier Y. Safe management of wastes from health-care activities. World Health Organization. 2014 [ Links ]

4.National Health Service (UK). Saving carbon, improving Health. NHS carbon reduction strategy. Cambridge: NHS; 2009 [ Links ]

5.Comunidad de Madrid. Consejería de Economía y Hacienda. Guía de ahorro y eficiencia energética. Madrid: La Comunidad de Madrid; 2010 [ Links ]

6.Rodríguez I Govea H. EL discurso del desarrollo sustentable en America Latina. Revista Venezolana de Economía y Ciencias Sociales (Internet). 2006; 12 (2): 37-63. Recuperado de:http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=17712202Links ]

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