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Psicología, Conocimiento y Sociedad

versión On-line ISSN 1688-7026

Psicol. Conoc. Soc. vol.9 no.1 Montevideo jun. 2019  Epub 01-Jun-2019

https://doi.org/10.26864/pcs.v9.n1.12 

Revisión

Suicídio entre idosos no Brasil: uma revisão de literatura dos últimos 10 anos

Suicidio entre ancianos en Brasil: una revisión de la literatura de los últimos 10 años

Suicide between elderly in Brazil: a literature review of the last 10 years

Erick Daniel Gomes de Melo Santos1 
http://orcid.org/0000-0002-4639-1268

Gabriela Oliveira Lira Rodrigues1 
http://orcid.org/0000-0002-4030-8689

Lhays Melos dos Santos1 
http://orcid.org/0000-0002-3947-6562

Mateus Egilson da Silva Alves1 
http://orcid.org/0000-0001-5759-8443

Ludgleydson Fernandes de Araújo1 
http://orcid.org/0000-0003-4486-7565

José Victor de Oliveira Santos1 
http://orcid.org/0000-0002-6661-2873

1Universidade Federal do Piauí, Brasil Autor referente: victorolintos@hotmail.com


Resumo:

O presente trabalho tem por objetivo explanar sobre o suicídio na velhice no Brasil por meio da revisão da literatura existente. Optou-se por empregar uma revisão exploratória da literatura, no respectivo banco de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online), sendo utilizados, apenas, artigos publicados em língua portuguesa dos últimos 10 (dez) anos. Conclui-se com base nessa pesquisa, a partir de dados oficiais, que há evidências de casos suicidas entre idosos de ambos os gêneros em todas as regiões do país, sendo constatado que mover atenções a conjuntura sobre suicídio no Brasil é imprescindível. Quando relacionado ao público gerontológico revela a incidência do ato suicida como ação dolosa que perpassa a vida, não se restringindo a um público padrão e como caso de saúde pública que se desenvolve sob múltiplos fatores, os quais compreendê-los aumenta a eficácia de medidas de prevenção amenizando o impacto psicológico do ato suicida nas pessoas próximas.

Palavras-chave: Idosos; suicídio; tentativa de suicídio

Resumen:

El presente trabajo tiene como objetivo explicar acerca del suicidio en la vejez en Brasil mediante una revisión de la literatura existente. Fue realizada una revisión exploratoria de la literatura en la base de datos Scielo (Scientific Electronic Library Online). Fueron utilizados solamente artículos publicados en Portugués en los últimos 10 (diez) años. Se puede concluir mediante esta investigación realizada a partir de datos oficiales, que existen evidencias de casos de suicidio en adultos mayores de ambos géneros en todas las regiones del país. De esta forma, se constata como imprescindible llamar la atención acerca del fenómeno del suicidio en Brasil, el cual, cuando asociado con el público gerontológico, muestra la incidencia del acto suicida como una acción deliberada que permea la vida, no estando restringido a un público tipo y como caso de salud pública que se desarrolla bajo la influencia de diversos factores, los cuales al ser comprendidos aumentan la eficiencia de las medidas de prevención, disminuyendo el impacto psicológico del acto suicida en las personas próximas.

Palabras clave: Ancianos; suicidio; tentativa de suicidio

Abstract:

This study aims to explain suicide in old age in Brazil by reviewing the existing literature. We chose to use an exploratory review of the literature, in the respective Scielo database (Scientific Electronic Library Online), using only published articles in Portuguese language of the last 10 (ten) years. Based on this research, it is concluded from official data that there is evidence of suicidal cases among elderly people of both genders in all regions of the country, and it was found that moving attention to the situation on suicide in Brazil is essential. When related to the gerontological public, it reveals the incidence of the suicidal act as a life-threatening act, not restricted to a standard public and a public health case that develops under multiple factors, which when understood increase the effectiveness of measures of preventing the psychological impact of the suicide act on those around them.

Keywords: Elderly people; suicide; suicide attempt

O suicídio figura entre os estudos do sociólogo Durkheim, que ancora estudos posteriores, de modo que em concordância referencial ou o criticando, estudiosos buscam compreender os aspectos microssociais e subjetivos do ato suicida segundo Sousa, Silva, Figueiredo, Minayo e Vieira (2014). Essa configuração social torna o suicídio um fenômeno psicossocial constituído como um processo que perpassa o decorrer da vida do indivíduo de acordo com Sérvio e Cavalcante (2013). Assim, o suicídio desponta como problema de saúde pública mundial, que afeta pessoas de diferentes idades, ocorrendo quando não se encontra formas de lidar com o sofrimento psíquico, visualizando a morte como única alternativa viável (Santos, 2017).

Minayo e Cavalcante (2010) ressaltam que mundialmente em números absolutos, os suicídios matam mais que homicídios e guerras juntos, sendo que no Brasil a média nacional encontra-se por volta de 4,5 a cada 100.000 (cem mil) habitantes segundo Sérvio e Cavalcante (2013).

O suicídio abrange diferentes classes sociais, idades e raças, e como fenômeno social é ainda um tabu, compreendido como uma grande ferida emocional que poucos aceitam falar (Minayo, Cavalcante, Mangas, & Souza, 2012a), ao que Botega (2014) alerta de estimativas em que as tentativas de suicídio superam em número a taxa de suicídios em pelo menos dez vezes.

No Brasil o suicídio arrebata números cada vez maiores, com atenção maior a população idosa, segundo o que aponta estudos voltados para obtenção de dados e formação de uma dimensão geográfica nacional sobre suicídio entre idosos (Carvalho, Lôbo, Aguiar & Campos, 2017; Minayo & Cavalcante, 2010; Sérvio & Cavalcante, 2013). Compreender o impacto social do suicídio na sociedade atual é uma forma de sanar dores que perpassam ao ato e acompanham as pessoas envoltas aos indivíduos suicidas para Sérvio e Cavalcante (2013).

Desta forma, salienta-se os poucos estudos encontrados nacionalmente, que apontam para um estado de alerta sobre a necessidade que hajam mais pesquisas, a vista de estudos sem achados de referências na literatura nacional que versam sobre suicídio em idosos, que acabam por contribuir para uma propagação de ideias estereotipadas sobre o tema.

A ação de profissionais diversos que em contato com idosos envoltos da intenção a efetivação do ato suicida pode ser facilitado através de estudos, quando torna-se possível a procura por métodos e intervenções de cuidado à pessoa idosa desde os primeiros indícios de suicídio (Minayo & Cavalcante, 2010; Pinto, Assis, & Pires, 2012a).

O artigo, portanto, a partir da literatura vigente da última década objetiva verificar as publicações científicas sobre suicídio entre idosos no Brasil, haja vista da pertinência de se tratar desse assunto em um país de grandes dimensões demográficas, e com essa faixa etária em crescimento vertiginoso, buscando apreender da literatura como se caracteriza e as proporções do suicídio na velhice brasileira, os fatores associados e os impactos decorrentes do suicídio, e como se dá a prevenção e posvenção ao suicídio entre idosos, pretendendo-se assim trazer maiores reflexões sobre o tema que urge como caso de saúde pública e desperta debates.

Método

Esta pesquisa é uma revisão descritiva da literatura e tem por finalidade expor a informação existente dos últimos 10 anos, visando denotar como se dá na literatura desse recorte de tempo a temática do suicídio relacionado ao público idoso no Brasil. O trabalho teve como base a pesquisa de artigos disponíveis no banco de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online) que proporciona suporte teórico e uma gama de estudos abrangentes, posto isso, optou-se pelo levantamento nessa base de dados.

Procedimentos de Busca e Seleção de Dados

A busca de artigos partiu da combinação dos descritores: suicídio em idosos, suicídio e velhice, suicídio em idosos no Brasil, idosos e suicídio e suicídio de idosos. Foi realizada a leitura dos resumos dos artigos encontrados, sendo incluídos aqueles estudos que preenchiam os seguintes critérios:

  • a) temática referente ao objetivo proposto;

  • b) publicados no período de 2007-2017; e

  • c) publicados na língua portuguesa. Foram excluídos trabalhos, após a leitura

A busca foi realizada pelo acesso online, assim os artigos que correspondiam aos critérios listados foram lidos na íntegra e analisados quanto aos seus objetivos propostos.

Resultados e discussão

A partir da sistematização dos procedimentos de busca e seleção dos artigos, foram selecionados e lidos na íntegra 32 artigos do banco de dados Scielo (Scientific Electronic Library Online) por este abarcar um bom número de artigos de diferentes revistas e periódicos. Após a leitura dos artigos, foi realizado um maior refinamento entre os artigos selecionados em busca de uma acurácia com o objetivo proposto, restando 16 artigos para as referências da revisão literária por estes trazerem dados de diferentes regiões do país, diferenciações quanto ao gênero e idade, apresentarem fatores associados diversos e versarem sobre a prevenção e posvenção do suicídio entre idosos no país. Os mesmos são descritos na Tabela 1, organizados por ano de publicação, além de abarcar dados dos autores, título, periódicos em que se encontram e o tipo de estudo dos artigos.

Tabela 1: Artigos selecionados e seus respectivos autores, título, periódico, ano de publicação e tipo de estudo 

Suicídio e Idosos na Literatura Brasileira

Minayo et al. (2012b) trazem que se encontram poucas obras na literatura nacional sobre o tema suicídio em idosos. Carvalho et al. (2017) corroboram que o suicídio é um caso de saúde pública mundial com números elevados entre idosos em países como China (maior proporção mundial), Estados Unidos e Coréia do Norte.

O Brasil, segundo Carvalho et al. (2017) apesar de não apresentar taxas elevadas de suicídio comparado a outros países com maiores índices, quando comparado números de suicídio entre idosos é o que apresenta maior média. Minayo et al. (2012b) ressaltam que é mais frequente o ato suicida entre homens, que em mulheres, o que coaduna com dados internacionais, assim como Botega (2014) traz que estudos epidemiológicos nacionais das duas úl timas décadas confirmam taxas mais elevadas entre homens, idosos, indígenas e em cidades de pequeno e médio por te populacional.

Esse dado remete a relevância que se fale sobre suicídio em idosos no Brasil, assim como tratá-lo adequadamente, ao que colocam Cavalcante e Minayo (2015) que estes são atualmente considerados, em todo o mundo, o grupo mais vulnerável à suicídio. Pinto et al. (2012a) trazem que no Brasil no período de 1996 a 2007 14,2% de um total de um total de 91.009 casos constatados de suicídio, foram de idosos com 60 anos ou mais, com maior prevalência entre homens (82,2%) e de maior número na região do Sul (30,7%).

Quanto aos meios e locais mais frequentes Botega (2014) traz que no Brasil em 51% das vezes a própria casa é o local mais frequente do suicídio, seguido dos hospitais com 26%, sendo os principais meios utilizados o enforcamento, armas de fogo e envenenamento predominando entre homens e entre as mulheres o en forcamento, utilização de fumaça/fogo, precipita ção de altura, arma de fogo e envenenamento por pesticidas, que corroboram a literatura, para Cavalcante e Minayo (2015).

Ideação, Intenção e Ato Suicida Entre Idosos

Cavalcante e Minayo (2015) trazem que as fronteiras entre as diferentes definições para ideação e intenção são tênues, havendo necessidade que se compreenda que tentativa e ideação podem alternar-se podendo uma intenção voltar a se mostrar como pensamentos, enquanto um pensamento com angústias e ansiedades pode emanar em forma de ato contra a vida.

A tentativa de suicídio é a objetivação da ideação suicida, e pode ser considerada como uma agressão a si mesma que não conseguiu ser fatal, mas que terá repetições (Meneghel, Moura, Hesler & Gutierrez, 2015). A ideação mostra-se na forma de pensamentos voltados para acabar com a existência da vida que podem culminar num plano suicida (Cavalcante & Minayo, 2015).

As razões da tentativa de suicídio mudam conforme a cultura em que o indivíduo está inserido, os acontecimentos vivenciados e o seu grupo de convívio, envolvendo dificuldades relacionadas ao envelhecimento que causa ao idoso um sentimento de incapacidade, influenciado também pelas suas limitações físicas. (Meneghel et al., 2015).

As tentativas de suicídio trazem em voga para que seja debatido nacionalmente o suicídio gerontológico, a vista que os números revelam uma tendência do suicídio nessa faixa etária em crescente avanço, presente o risco desde a intenção suicida, ao que Botega (2014) diz que na tentativa de suicídio encontra-se o maior fator de risco para uma futura concretização do ato, com aumento em pelo menos cem vezes após a primeira tentativa realizada.

Compreender que a tentativa, a ideação e a efetivação do ato suicida mantém-se visíveis por meio de comportamentos e fatores iniciam o método de prevenção segundo Minayo e Cavalcante (2010), que trazem que por meio de manifestações verbais com confidências e insinuações há evidências de traço suicida, sucedido de comportamentos de risco agregado a fatores diversos. De tal modo que Cavalcante e Minayo (2015) falam que a autonegligência já mostra-se como comportamento suicida, haja vista que a pessoa se deixa morrer.

Fatores Preceptores ao Ato Suicida por Idosos

O suicídio é um resultado da subjetividade do sujeito, mas que se relaciona com fatores micro e macrossociais (Sousa et al., 2014). Minayo, Teixeira e Martins (2016) afirmam que a maioria dos estudos sobre suicídio em relação às pessoas idosas mostram forte influência de alguns fatores, como isolamento social do idoso, depressão e doenças que podem ocasionar a sua dependência e sofrimento físico-psíquico. Sendo mais frequente em indivíduos que residem sozinhos, sendo estes solteiros, viúvos ou separados o plano e a ideação do suicídio.

Analisando a velhice como um processo contínuo percebe-se que esta ocorre de maneira singular, sendo marcada por um retrocesso tanto na sua capacidade orgânica quanto funcional. De acordo com a subjetividade de cada idoso, que envolve a interpretação atribuída às experiências vivenciadas, estas podendo receber influências de aspectos psicológicos, emocionais, culturais e sociais, mudanças como essas podem se apresentar de forma positiva e negativa (Figueiredo et al., 2015).

De tal forma, podemos compreender o suicídio em idosos como resultante de fatores associados a atual, ou não, conjuntura psicossocial em que está implicado, mas com ênfase a acontecimentos recentes vivenciados como impulsionadores de crises suicidas, segundo Sérvio e Cavalcante (2013).

A morte social, expressão utilizada por Sousa et al. (2014) revela uma dimensão social vivenciada por idosos representada pelo sentimento de incapacidade, acarretada por limitações físicas, psicológicas ou surgimento de doenças, o que ocorre é que o idoso se ver impedido de exercer sua profissão, no caso de desemprego e aposentadoria, ambos dependendo do contexto e social e cultural em que está inserido.

Para Sérvio e Cavalcante (2013) culturalmente no ocidente os sinais de envelhecimento são marcados pela sensação de muita angústia, o que provoca resistência ao processo natural de envelhecer. As mudanças que marcam o início da velhice podem ser físicas, como também transformações na visão de mundo do idoso, em seus comportamentos e suas relações interpessoais com os familiares e integrantes sociais (Sousa et al., 2014).

Outro elemento que podem levar ao suicídio, é o tédio, podendo ser descrito como uma condição que não apresenta estímulo algum e quando tudo o que acontece é previsível; pode haver um lado positivo, quando o tédio estimula o indivíduo a buscar coisas novas ou pode ser negativo, quando a pessoa não consegue enxergar uma razão para continuar existindo (Minayo et al., 2016).

Na perspectiva da Psicologia o tédio é ligado à relação do sujeito com o tempo, e que pode refletir o compasso da sociedade atual que produz o isolamento social e a solidão das pessoas, ocorrendo então um distanciamento nas relações humanas e o aumento da sensação de vazio. Os novos estudos mostram que há uma alteração cerebral quando a pessoa está entediada, e que também há sofrimento por não conseguir ver que o tempo irá passar ou por achar que irá ficar com o sentimento de vazio por tempo infinito, sem ter perspectiva de mudança de vida. Dessa forma, o idoso pode ver a morte como a única forma de acabar com seu sofrimento, ainda mais se o tédio estiver ligado à depressão, e mesmo com outros fatores para a tentativa de suicídio, o tédio se caracteriza como potencializador (Minayo et al., 2016).

Doenças crônicas contribuem para que o idoso formule no suicídio escape. O volume de medicamentos ingeridos e os impedimentos devido a fragilidade física e de saúde mostram-se alinhadas a intenção e ideação suicida. Carvalho et al. (2017) alertam quanto ao uso de psicofármacos constante, quando os usos de tais medicamentos afetam aspectos mentais e emocionais entre os idosos.

O câncer que segundo Santos (2017) tem na velhice seu fator principal para aquisição, cujo tratamento, apesar de ter avançado, ainda pode interferir na autonomia do idoso, em sua autoestima e bem-estar, é considerado um nocivo fator influenciador ao ato suicida devido ao impacto físico e o uso dos psicofármacos.

A forma como se apresenta o diagnóstico ao idoso faz-se importante, quando há uma grande influência deste com a forma que o mesmo irá lidar com a doença, pesando como fator para a autodestruição. Além do tipo de câncer, os neurológicos também aumentam as chances, por meio dos estressores que impactam diretamente na qualidade de vida desse grupo etário.

A depressão em pacientes idosos com câncer pode ficar mascarada pelos sintomas da doença e do tratamento. Há outros fatores que podem potencializar o risco de suicídio, como ansiedade, a sensação de impotência e vergonha por perceberem que não conseguem ser autossuficientes, principalmente quando estes necessitam da ajuda do outro, o que ocasiona o sentimento de ser desmoralizado perante as pessoas que conhece (Santos, 2017).

Não há como saber os reais dados da mortalidade dos pacientes com câncer ocasionadas pelo suicídio, pois nos seus atestados de óbitos essas informações podem estar omitidas; assim como não se pode afirmar que ao abandonar o tratamento da doença, o idoso está almejando o suicídio.

Santos (2017) coloca então que o suicídio pode ser para o idoso um sentimento de controle e uma forma de acabar com a dúvida de sua sobrevivência e a ansiedade causada por ela, como também a alternativa mais imediata para acabar com o seu sofrimento. O apoio social, nos casos em que são casados, ou possuem pessoas ao lado podem diminuir ocorrências do suicídio.

O Suicídio na Velhice numa Perspectiva de Gênero

Cavalcante e Minayo (2015) apontam a questão de gênero como elemento de maior poder distintivo entre casos, quanto à gravidade, meios usados e fatores associados. Sabe-se que os homens contribuem para o aumento das taxas de suicídio no Brasil, pois esse perfil compõe a maior parte dos casos efetivos registrados, enquanto as mulheres os casos de ideação segundo Minayo e Cavalcante (2010).

Meneghel et al. (2015) fala que pesquisas revelam que mortes por suicídio é de três a quatro vezes mais cometidas por homens, enquanto as mulheres demonstram maior ideação e tentativa de suicídio, ou seja, geralmente os homens conseguem consumar o ato e as mulheres apresentam muitas tentativas. Percebe-se então que não há uma causa única para o suicídio, mas elenca-se o gênero como fator associado relevante que deva ser compreendido (Minayo et al., 2012b).

Entre os homens um dos fatores associados ao suicídio denota-se o desemprego, quando acaba gerando um sentimento de ausência no espaço social. Transformações que podem surgir e servir como variáveis ao desempenho do papel social, podem contribuir para o sentimento de inutilidade e perda do sentido da vida, que tem como consequência o isolamento em casa (Minayo et al., 2012b).

A perda do trabalho ou a aposentadoria são exemplos, assim como limitações por conta da faixa etária ou doenças, exigindo do idoso uma mudança na sua rotina, este passando então a frequentar por mais tempo seu ambiente familiar. Levando em conta a divisão do trabalho ligada ao sexo e competências historicamente, a casa é um espaço da mulher e o homem não o ocupa para não colocar em risco a sua masculinidade. Atualmente permanecem status relacionados ao papel social masculino, sendo este o de provedor, partindo do pressuposto de honra e responsabilidade pelas mulheres e crianças. Quando o indivíduo ingressa na velhice e ver esse papel sendo direcionado a outra pessoa, observa-se emanar sentimentos de solidão (Minayo e Cavalcante, 2010).

Quando é lhe tirado algo que foi ensinado dentro do seu contexto familiar e social que deveria ser seu foco e objetivo principal, este sente como se sua identidade fosse roubada. Esse grupo etário sofre com o modelo ainda proposto socialmente de masculinidade, esse por sua vez valoriza o controle das emoções, o machismo e competitividade, que acabam se agravando quando no próprio curso da vida, funções tanto na sociedade como na família acabam sendo assumidos por outros. É interessante ressaltar que a mesma sociedade que impõe o homem como superior à mulher, o prejudica quando permite que este privilegia sua função como provedor acima de outros fatores (e.g. saúde) segundo Minayo et al. (2012b).

Desse modo, Meneghel et al. (2015) salientam que a imposição da sociedade voltada para as mulheres, fomentam papéis de gênero margeados por violência doméstica, abusos, e uma visão conservadora da mulher, que será julgada por a forma de seu corpo, sua vida sexual, gravidez precoce ou fora do casamento, e por abortos se houverem, tudo isso configura riscos para a realização da autoagressão.

A desigualdade de gênero pode resultar em violência contra a mulher em toda sua vida, e é ocasionada pela hierarquização de poder existente na sociedade patriarcal. Essa situação ainda é presente na vida da mulher antes mesmo desta nascer, pois culturalmente esta é colocada como inferior ao homem, portanto eles são os mais desejados em uma gravidez diz Meneghel et al. (2015).

A desigualdade é observada também na educação das crianças, pois está se difere quando o homem é educado para ser dominador e superior às mulheres, enquanto a mulher para ser submissa ao homem, tendo uma educação com maior rigidez. Meneghel et al. (2015) ressaltam que a mulher perde sua autonomia e seu direito de escolha, até mesmo se tratando de seu corpo, em um contexto que irá fazer esta reforçar o machismo, ao acreditar nascer mulher se desdobra em servir e agradar ao homem. Quando jovens, essa situação agrava-se, pois, as mulheres são direcionadas à vida sexual baseada na ideia de que o seu principal objetivo seria o de constituir uma família. Dessa forma, são forçadas por fatores sociais a iniciarem sua vida sexual precocentemente.

Assim ao chegar na velhice as mulheres passam a pensar e sentir sobre todas as situações e contexto vivenciados ao longo de sua vida, tudo o que perderam e o que sofreram. Além disso, algumas percebem a rejeição dos filhos que elas cuidaram e depositaram afeto, gerando um sentimento de abandono, como também a expulsão de casa por parte de familiares acarretando morar de favor em outras casas, instituições ou ficando nas ruas. O sentimento de cuidado (casa, filhos e netos) de muitas dessas mulheres, após longos períodos vivenciando essas condições, podem se perpassar na velhice, em que a morte surge como escape para acabar com o sofrimento vivido, corroborando a literatura que traz o suicídio perpassando a vida.

A Mídia Como um Fator Determinante no Momento da Ideação e do Ato Suicida

Sérvio e Cavalcante (2013) ressaltam a importância da mídia na propagação de ideias, crenças, atitudes e valores. Ela pode influenciar o telespectador, que consome diariamente o material difundido pelos grandes veículos de comunicação. Ainda de acordo com as autoras, as notícias sobre suicídio que são veiculadas na mídia podem servir como um possível gatilho para o suicídio, já que essas trazem o método, o local e as circunstâncias em que se deram o ato, sendo algo que deve ser evitado durante a veiculação da notícia.

Côrte, Khoury e Mussi (2014) relatam que as primeiras notícias sobre suicídio por imitação datam do século XVIII, graças a publicação do romance Os Sofrimentos do Jovem Werther, que acendeu as discussões sobre suicídio em decorrência do grande número de pessoas que cometeram o ato após a leitura do romance. Em decorrência da ampla divulgação da mídia, vários pesquisadores centraram suas pesquisas no tema procurando os principais fatores, como ocorre e a influência da mídia na ideação e no ato suicida. Em seu estudo sobre imitação, o sociólogo americano David Phillips nos mostra um aumento de 12% em casos que ocorreram nos EUA em 1962, mesmo ano em que ocorreu o suicídio da atriz Marilyn Monroe, citando um aumento na taxa de suicídio durante esse período.

Segundo Côrte et al. (2014), os estudos sobre suicídio por imitação apontam os idosos como grupo de risco, já que fatores como solidão, instabilidade econômica, além de problemas de saúde físicos e mentais, pode exercer influência durante o momento de ideação e até mesmo no próprio ato. Verificou-se que durante e depois da ampla divulgação de casos de suicídio na mídia, o número de suicídio entre idosos aumentou de forma significativa.

Diante da mídia como um fator determinante no momento da ideação e do ato suicida, a criação de um material voltado para os comunicadores e profissionais de mídia se fez necessário para que as notícias sobre suicídio sejam divulgadas de forma responsável e seguindo os critérios impostos pelos manuais de redação. Alguns desses critérios podem ser encontrados em Comportamento suicida: conhecer para prevenir, dirigidas a profissionais de imprensa, que serve como manual para os profissionais que precisam lidar com esse tipo de notícia. Durante a propagação da notícia, o comunicador deve evitar romantizar o ato suicida; evitar falar sobre o local e o método utilizado; esclarecer que, embora um transtorno mental seja um fator de risco, não significa que todos aqueles que possuem algum tenha uma predisposição para o suicídio (Côrte et al., 2014).

Ressalta-se a importância de discutir e debater a temática, tanto para a prevenção quanto para conscientização. Entretanto, a palavra continua sendo um tabu em nossa sociedade, como afirma os autores supracitados. Os veículos midiáticos têm por obrigação alertar e conscientizar o telespectador acerca do tema, prezando sempre pela valorização da vida e tomando o cuidado necessário no momento da propagação da notícia.

O Suicídio Assistido e Eutanásia Como Antecipação da Morte

O suicídio assistido e a eutanásia são práticas que repercutem ao se falar em suicídio atualmente. Entre idosos, no entanto, é quase inexistente na literatura consultada esse tema, a que Santos (2017) fala de estudos que versam do uso dessas práticas como antecipação da morte em pacientes idosos oncológicos em fase terminal, mas não havendo relatos de casos no Brasil.

Casos de idosos com câncer crescem proporcionalmente na população mundial, a vista da incidência do surgimento de neoplasias com o avançar da idade, sobretudo devido ao aumento da longevidade e expectativa de vida. Os impactos provocados por esses diagnósticos geram desgaste físico e psicológico nos pacientes, que podem servir como princípio para a ideação suicida, principalmente em idosos. De forma que, o suicídio assistido e a eutanásia, como formas de antecipar a morte com a ajuda e/ou supervisão de alguém, surgem como uma forma de suicídio que o idoso oncológico pode recorrer para antecipar a morte (Santos, 2017; Sousa et al., 2014).

No entanto, pouco se sabe sobre os procedimentos e legalidade dessas práticas, amenizando-se que é indolor a morte nesses casos, mas que implicam para a relevância ao cuidado, prevenção e atenção ao paciente idoso oncológico, quando o suicídio continua a incidir como antecipação da morte natural, não se sabendo se apenas a doença gera pensamentos suicidas ou se outros fatores estejam atrelados. Maiores pesquisas sobre o tema quando é incipiente a literatura, contribuiriam para o debate que é margeado por questões acerca da legalização dessa prática no Brasil.

Prevenção e Cuidados para o Idoso

Carvalho et al. (2017) falam que manter programas de assistência ao idoso com motivação suicida devam medidas prioritárias, como por meio da psicoterapia, a qual poder-se-á influenciar o comportamento, humor e padrões emocionais, podendo ressignificar o envelhecimento e assim diminuindo motivação suicida.

As redes de atenção à saúde necessitam estar melhor preparadas para as temáticas vivenciadas pelos idosos em âmbitos biopsicossociais que podem acarretar em suicídio, ainda que exista a Política Nacional de Saúde Mental (Pinto, Silva, Pires & Assis, 2012b; Sousa et al. 2014). Assim como Botega (2014) traz que os registros de morte em casos de suicídio, ajudam na elabo ração de estratégias de prevenção, como também iniciativas nacionais de redução de acesso aos métodos letais são destaque entre as reco mendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) para a prevenção do suicídio.

Os comportamentos suicidas que envolvem ideação, tentativa e superação, são mais predominantes no Brasil do que o suicídio intencionado. A superação é apontada por Figueiredo et al. (2015) como uma ação intencional do indivíduo mobilizada por meios internos de defesa e maneiras de enfrentar transtornos da rotina no sentido de se conseguir subjetiva e contextualmente a auto reorganização. Um ponto que deve ser levado em consideração são os fatores que influenciaram para que esta superação ocorra, sendo estas estratégias de enfrentamento ou coping.

Ainda por estes autores (Figueiredo et al., 2015) deva se considerar a religiosidade e as práticas religiosas, o apoio social e familiar, e a reconstituição da autonomia como elementos fundamentais para que o enfrentamento tenha êxito. Quando há eficácia no sentimento de segurança e pertencimento proporcionado por atividades de interação em uma comunidade de fé, tal como quando se fortalecem os vínculos que geram moderação afetiva para reajustamento das energias vitais e com a execução de atividades criativas e efetivas que visam remediar o comportamento suicida, sendo papel dos cuidadores e profissionais que estão inseridos nas áreas de assistência social e saúde, prevenir e principalmente estimular estratégias de enfrentamentos quando para o idoso viver se torna insuportável.

Prevenção e Posvenção do Suicídio nas Relações Afetivas e Familiares

Quanto a prevenção e posvenção ao suicídio apreende-se da literatura que os atos suicidas trazem consigo cargas efetoras sobre as pessoas mais próximas do suicida, que podem desenvolver problemas de saúde físicos e mentais com perda de concentração e sono, além de isolamento social, que podem culminar em ato suicida sucessivamente (Sérvio & Cavalcante, 2013).

O sentimento de perda é traumático e pode nunca passar totalmente. As pessoas podem conseguir se adaptar com a falta, mas isso não é a solução, ou seja, a perda do indivíduo que morreu nunca será superada. O significado de luto é o conjunto de reações que se manifestam após uma perda real ou imaginária, e é uma reação natural. Algumas vezes, o luto pode evoluir negativamente ocasionando problemas físicos e psicológicos, como ansiedade, vício em bebida e em medicações, depressão, podendo ocorrer autoagressão e até mesmo suicídio. Esses sintomas mostram a dificuldade de adaptação a falta segundo Batista e Santos (2014).

Para esses autores (Batista & Santos, 2014) a posvenção com ações voltadas para as pessoas que serão afetadas pelo suicídio de alguém, as quais recebem apoio e acompanhamento, principalmente aquelas que demonstram estar em risco, ou seja, que possam tentar autodestruição após o ocorrido são eficazes.

Carvalho et al. (2017) ressaltam que manter o idoso ativo socialmente em projetos coletivos e sociais, colabora com o bem-estar e qualidade de vida ao mesmo. Desse modo alterar estigmas sociais relacionados à capacidade ativa do idoso restringe estímulos para a ideação suicida. Assim como os vínculos familiares e sociais de amizades, são fatores contribuintes contra depressão e ideação suicida para idosos, devendo ser tratados como elementos prioritários.

O vínculo afetivo familiar, quando saudável, privilegiando a compreensão multidimensional das condições do idoso e a manutenção de laços de amizade mostram-se mais eficazes segundo Minayo et al. (2012a) do que o uso de serviços particulares de cuidado, que para o idoso pode tornar-se uma situação problemática. Quando esse vínculo é prejudicado, o idoso sente como se sua identidade tivesse sido perdida e o próprio sentido da vida também, sendo na rotina que situações como privar este de utilizar seus objetos pessoais, ou a troca do ambiente com que este estava familiarizado (da sua casa para a dos filhos ou parentes) serão apresentadas, os privando da sua autonomia (Sousa et al., 2014).

Destarte, a prevenção faz-se em ações que possibilitem a mudança de atitude do idoso com ideação ou intenção suicida. O ambiente familiar em que está inserido deva ser o primeiro local de amparo deste para que não se conclua o ato suicida. A afetividade aqui exerce papel positivo, assim como a atenção, apoio e atividades com o idoso. A diminuição dos danos psicológicos causadas pelo ato suicida faz-se com a posvenção, devido ao suicídio imputar em um processo de luto não facilmente superado que pode acarretar em malefícios a saúde psicossocial das pessoas próximas da pessoa suicida.

Conclusão

Ao falar sobre suicídio deve-se o compreender como um ato voluntário contra a vida, não anulando de modo concomitante seja elencado os fatores psicossociais que possam estar vinculados ao suicídio.

O artigo amparando-se em literatura procura trazer estas informações a voga com foco na população idosa, grupo considerado de vulnerabilidade ao ato suicida, no intensão de que amplie-se a representação do suicídio como ato que perpassa a vida, não alcançado somente aos jovens. Os dados aqui impelem que medidas mais intensas devam ser tomadas para conscientização sobre a prevenção do suicídio, a vista que os fatores são em maioria sociais e ligados a subsistência em que muitos idosos se encontram, mesmo que estando no seio familiar.

O suicídio como fenômeno social abarca números expressivos no Brasil, assim como em outros países do globo, configurando-se como caso de saúde pública mundial. Mais expressivos são os números que se relacionam com idosos, ao passo que permeia gêneros e condições sociais diversas, mostrando-se como uma das maiores causas por morte externa no país. Os homens formam o grupo com mais casos registrados, enquanto as mulheres são maioria em tentativas de suicídio apreende-se da literatura.

Amparar o serviço público de saúde para atender as múltiplas demandas de suicídio, são medidas elencadas para que se almeje a redução nos números, a vista que o ato suicida é precedido pela ideação ou intenção suicida. Os benefícios dessa equiparação de profissionais, conseguiria reduzir os danos psicológicos causados pelo suicídio aos familiares e afinidades próximas.

Como prevenção, ressalta-se o âmbito familiar e afetivo social para a compreensão social do suicídio, quando este é fator determinante, entre outros, para conclusão do ato suicida. O meio familiar junto a ambientes com amigos, quando oferece apoio e acolhimento, é apontado na literatura como métodos eficientes de prevenção.

Destarte espera-se que futuros estudos possam superar as limitações observadas na construção deste trabalho, quando a literatura não oferece um maior número de produções que contribuam para maior embasamento de conhecimentos como a influência midiática, maiores estudos sobre a geografia do suicídio no país que enfatize os idosos, discussão e averiguação abrangente sobre os fatores preceptores e estudos que retratem o suicídio assistido e/ou eutanásia entre idosos enquanto forma de antecipação da morte.

Para finalizar, ressalta-se que hajam investigações futuras com escopo de compreender o suicídio entre idosos como demanda a ser sanada, a vista da carência de maiores estudos que elencam a temática idosos e suicídio no Brasil, o que conseguiria ampliar a discussão sobre essa problemática grave, mas que pode ser combatida.

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Declaração do contributo dos autores: ED e GO desenvolveram o referencial teórico abordado e organizaram junto a LM e ME a metodologia utilizada, todos realizaram em conjunto a discussão e conclusão dos artigos revisados, e LF e JV contribuíram com a revisão da versão final e como orientadores.

Recebido: 12 de Dezembro de 2017; Aceito: 12 de Dezembro de 2018

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