Services on Demand
Journal
Article
Related links
Share
Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía
Print version ISSN 2393-7068On-line version ISSN 2393-6886
Abstract
AVENA, Sergio; RUSSO, María Gabriela; LOZANO, Magdalena and ROCCA, Francisco Di Fabio. O uso de categorias raciais na biomedicina argentina. Uma análise das publicações nacionais e internacionais. Rev. urug. Antropología y Etnografía [online]. 2024, vol.9, n.2, e106. Epub Dec 01, 2024. ISSN 2393-7068. https://doi.org/10.29112/ruae.v9i2.2325.
Uma das questões centrais da biomedicina atual é a análise da relação entre características clínicas, diferenças populacionais e hereditariedade. Nas abordagens originárias dos Estados Unidos, esta relação está amplamente associada à classificação em raças humanas, respondendo a uma construção sócio-histórica que é diferente noutras partes do mundo.
Nesta pesquisa geramos um conjunto de dados que compila artigos publicados por pesquisadores biomédicos argentinos em revistas científicas nacionais e internacionais que utilizam o termo "raça" como categoria populacional e levantamos os rótulos utilizados, sua justificativa e metodologia, entre outros aspectos. O objetivo foi analisar se há diferenças no uso de “raça”, dependendo de os artigos serem publicados em periódicos nacionais ou internacionais.
As fontes de informação foram o portal de periódicos de acesso aberto da Universidad Nacional de La Plata “Revistas Médicas Argentinas” e o banco de dados PubMed®.
A análise dos artigos recolhidos mostra que a concetualização racial está praticamente ausente nas publicações em revistas locais. Quando está presente, o faz na seção de histórico, mencionando seu uso em outros países. Por outro lado, nas publicações internacionais registámos inúmeros trabalhos com amostras argentinas classificadas em categorias raciais. Estas não eram consistentes, explícitas ou fundamentadas, nem os critérios de inclusão eram explicados, e frequentemente a origem das amostras não era indicada, dando a ideia de uma falsa homogeneidade da população. Para além disso, estas categorias foram concebidas como exclusivas e as estimativas da composição da amostra tiveram valores muito diferentes.
A pressão para adotar critérios invulgares na vida quotidiana e o incentivo para aderir a consórcios internacionais com elevado poder de financiamento conduzem a desafios epistemológicos e, potencialmente, a questões de saúde pública que têm de ser abordadas.
Keywords : biomedicina; Argentina; categorias raciais; comunicação científica; integração subordinada.