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Revista Uruguaya de Antropología y Etnografía
versão impressa ISSN 2393-7068versão On-line ISSN 2393-6886
Resumo
ALEGRIA, N Montealegre e BALSAMO, P Uriarte. Refugiado hiperreal: inmigrante ideal que imposibilita el refugio. Rev. urug. Antropología y Etnografía [online]. 2017, vol.2, n.1, pp.41-54. ISSN 2393-7068.
O presente artigo analisa um programa de reassentamento para famílias de origem sírio em Uruguai (PRROSU) implementado pelo governo uruguaio entre agosto de 2014 e dezembro de 2015. Abordaremos o processo pelo qual a representação do refugiado hiperreal é produzida em relação ao seu público alvo - famílias de origem sírio já refugiadas no Líbano - e como esa representação foi decisiva no cancelamento do programa.
O holograma ético construído nesse processo, significou o embasamento e até a suspensão das caraterísticas constitutivas da condição de refúgio. De um lado, impediu o direito ao retorno, e portanto ao mantenimento da identidade de origem e a uma pertença cultural. Do outro, pondo em questão as histórias de violência e vulneração de direitos em torno a crise humanitária que fez necessária a proteção internacional.
A distância entre as pessoas concretas, os refugiados que chegaram através do programa de reassentamento, e a representação do refugiado hiper real presente no seu planejamento, cristalizaram na articulação de dois eixos de sentido: o refugiado como sujeito de tutela e o refúgio como ato de conversão. Ao longo da implementação do programa o sentido dado aos refugiados transmuta no de um imigrante idealizado, caraterizado como trabalhador, austero, e prestes a ocupar - o mais cedo possível- seu espaço enquanto cidadão uruguaio.
Palavras-chave : Uruguai; Siria; refúgio; reassentamento; crise humanitária; conversão.