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Revista Médica del Uruguay
versão impressa ISSN 0303-3295versão On-line ISSN 1688-0390
Resumo
CABRERA, Susana et al. Pesquisa online de comportamento sexual e práticas de prevenção do Vírus da Imunodeficiência Humana em gays e homens que fazem sexo com homens no Uruguai. Rev. Méd. Urug. [online]. 2022, vol.38, n.2, e205. Epub 01-Jun-2022. ISSN 0303-3295. https://doi.org/10.29193/rmu.38.2.5.
Introdução:
como gays e homens que fazem sexo com homens (HSH) são uma população com maior incidência de HIV, o UNAIDS recomenda o monitoramento regular por meio de pesquisas que coletem informações para calcular indicadores de prevenção. A implementação desses estudos em nosso ambiente é limitada devido à complexidade e custo das metodologias tradicionais.
Objetivo:
gerar informações atualizadas sobre prevenção do HIV, com ênfase no uso de preservativos e testes de triagem em gays/HSH de 15 a 49 anos no Uruguai, implementando uma estratégia metodológica inovadora.
Método:
estudo transversal e analítico, baseado em questionário online disponível entre outubro e dezembro de 2019.
Resultados:
foram incluídos 693 homens, 67% de Montevidéu e 67% com nível superior. 17% foram obrigados a ter relações sexuais em algum momento, 20% sofreram maus-tratos devido à sua orientação e 68,4% ocultaram sua orientação sexual-afetiva em algum grau. 57,2% usaram preservativo na última relação anal casual, mostrando um decréscimo em relação a 2012 (67,6%), enquanto a tendência da cobertura do teste anti-HIV (66%) foi de aumento em relação a estudos anteriores. A taxa de positividade do HIV foi de 13,3%. A análise multivariada mostrou menor probabilidade de uso de preservativo associado a: parceiro estável no último ano, autoidentificação gay, teste de HIV no último ano e vacinação para papiloma vírus humano. A maior probabilidade de uso esteve associada a: participação em atividades informativas, relações sexuais com pessoas com IST/HIV. A menor probabilidade de realização do teste anti-HIV foi associada ao parceiro estável e a maior ao conhecimento dos locais de acesso ao teste e conhecimento da profilaxia pós-exposição. Entre os que conheciam a profilaxia pré-exposição (375), 46,1% estavam dispostos a recebê-la, 1,3% já haviam recebido.
Conclusões:
a persistência de situações de discriminação e violência contra gays/HSH requer ações mais efetivas de promoção de direitos. É necessário integrar inovações biomédicas na prevenção que se complementem e se fortaleçam para o controle da epidemia. A utilização de uma pesquisa online foi eficiente no recrutamento, embora com vieses de seleção, o que desafia a melhorar essa estratégia metodológica.
Palavras-chave : HIV; Teste de HIV; Preservativos; Homens que fazem sexo com homens; HSH; Profilaxia pré-exposição; PrEP.